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  • Mas à frente estão outras pessoas. Mas essas estão de costas. É uma questão de física. Portanto, se estou assintomática não faz sentido usar máscara. Mas se calhar à entrada ou à saída do estádio, ou até mesmo num concerto, num sítio muito confinado, talvez faça sentido estar de máscara. É uma coisa que tem de ser discutida na sociedade civil. Já ao ar livre, na rua, não faz sentido nenhum usar máscara. Agora, quem está doente deve ficar em casa. Quem está com tosse ou em baixo de forma, por exemplo, deve ficar em casa se estiver doente, porque nessa fase é, de facto, contagioso. E essa pessoa fica com restrições: não dá beijos aos filhos, fica sem visitar a mãe e, ao fim de três ou quatro dias, fica boa e vai trabalhar. Era assim até há uns meses e para este vírus não é diferente. E mesmo as pessoas que estão com o nariz congestionado precisam de apanhar ar. Isto das máscaras é uma coisa que tem de ser discutida. Mas, no meu caso, cumpro as regras. Nos sítios em que é preciso usar máscara eu uso. Nos transportes públicos, por exemplo. O meu perfil não é fazer prevalecer a minha opinião causando constrangimento aos outros. Não sou assim. Na prática, não serviria de nada e era apenas uma birra. Entrando agora em casos mais concretos, ultimamente tem sido alvo de acusações, entre as quais de ensinar a enganar testes à covid-19 e testar negativo mesmo estando infetado. Como reage a isto? É mentira. Não disse nada disso. Aqueles hackers foram entrar no Telegram e agora acusam-me disso. Vou explicar. Há uma série de práticas de higiene que se fazem há muito tempo, mas que entretanto morreram. Quando sentimos uma aflição na garganta, gargarejamos com uma solução e fazemos uma higiene que permita combater e fazer face ao que pode vir. Não quer dizer que não contraiam a infeção, mas se contraírem se calhar dão-lhe a volta com mais facilidade, sem garantias nenhumas. E foi isso que, nesse caso concreto, disse
  • três ou quatro pessoas no Telegram. Expliquei-lhes nas mensagens - foi pena também não terem feito print screen disso nas acusações - que não havia garantia de que não testassem positivo. O nosso organismo é dinâmico e, por vezes, ficamos com material viral e alimentar nas fossas nasais e
  • garganta. Essas pessoas não têm o hábito de fazer higiene, ou seja, um gargarejo. Mas se a pessoa tiver carga viral vai dar positivo
  • mesma. O que disse foi que não iam correr o risco de serem um falso positivo se fizessem o tal gargarejo, por causa dos tais resíduos virais. Se um simples gargarejo matasse a covid-19 estava tudo resolvido. E_é isso que me indigna. Ninguém pensa nisso, porque não enganei ninguém. A Ordem dos Médicos já lhe instaurou processos disciplinares? Sim, dois. Houve um processo instaurado logo no início, a todos nós dos Médicos Pela Verdade. Nascemos a 29 de agosto e, no início de setembro, apareceu um processo, assentando num print screen
  • Facebook. Eram opiniões de que nós incitamos à desobediência. Não tem pernas para andar, porque nós essencialmente cumprimos as normas recomendadas pela DGS. Além disso, foi feito por um indivíduo que nem sequer é médico
  • E
  • outro processo disciplinar foi direto a mim, que tem a ver com esta história dos conselhos que dei às três ou quatro pessoas no Telegram. Ainda é apenas uma notificação, para responder,
  • seja, ainda não é formalmente um processo. Mas vou responder. Espero que, de facto, não me suspendam da Ordem, porque há coisas muito mais graves e que não são punidas como devem ser. E como é que se sente ao ser alvo de muitas críticas diárias, até nas próprias redes sociais, pelo facto de questionar as recomendações da DGS e da própria Organização Mundial da Saúde? Já recebeu ameaças de morte? Sim, já recebi ameaças de morte e sinto uma tristeza profunda. Não tenho medo, mas sinto que há maneiras de contrapor
  • diferença e de expressar a opinião sem ameaças. Antigamente as pessoas não eram assim ou então era eu que vivia noutro planeta. As pessoas eram mais cordiais. Hoje em dia perdeu-se isso, atrás de um teclado. Perdeu-se o respeito. E o que dizem os seus pacientes sobre essas críticas de que tem sido alvo e também de pertencer aos Médicos Pela Verdade em Portugal? Os meus pacientes regulares conhecem-me, apoiam-me, mandam-me SMS e telefonam-me. Porque sabem quem eu sou e como sou. Outros nem se apercebem, porque estou toda equipada na mesa cirúrgica: máscara, óculos, enfim. Estou toda metida numa armadura. Mas já fui reconhecida por alguns. Por acaso houve uma paciente que não me disse nada no início e depois, no fim, veio dizer-me que não esperava que eu fosse assim. Realmente não sei o que é que ela esperava. Achei graça. Mas estou tranquila. Sei o que sou. Nunca mudei a minha conduta com as pessoas que trabalham comigo. Uma coisa que nunca fiz, e vou continuar assim, é impor a minha vontade a alguém. Se me pedirem a minha opinião, dou, mas não está na minha natureza forçar uma coisa, porque o efeito poderá ser contraditório. Mas isso tem a ver com o meu feitio. Se não fosse médica, que outra profissão exercia? Acho que era escritora. Algo que esteja ligado às artes. Ou atriz. Sempre gostei muito de escrever. Tenho caderninhos e estou sempre a escrever coisinhas
  • Valença
  • Valência
  • . (Notícia corrigida às 17
  • 20. A versão anterior falava erradamente em Valença em vez de Valência)
  • "Por
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  • "Não seremos o primeiro violino de uma orquestra dirigida por sociais-democratas" Sobre o Orçamento do Estado para 2021, o líder parlamentar comunista apresentou algumas das medidas que a sua bancada conseguiu introduzir na versão final da proposta, destacando matérias como os investimentos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), a contratação de profissionais para as forças de segurança e para a educação, aumentos das pensões mais baixas, o l ay-off a cem por cento, os subsídios de desemprego e de risco, entre outras. E deixou a entender que ainda faltará cumprir pelo executivo outras matérias extra-orçamento: "Continuamos a lutar por um aumento do salário mínimo nacional maior do que aquele que o Governo anunciou [659 euros], para que sejam revogadas as normas gravosas da legislação laboral e se avance para um aumento geral dos salários, incluindo a administração pública". Depois de ter reivindicado estes "avanços" no Orçamento, João Oliveira procurou assegurar que, ao abster-se na votação, a bancada comunista "agiu com total liberdade e independência, distanciando-se das opções que o Governo assumiu, mas não desperdiçando o que a luta dos trabalhadores e a intervenção do PCP permitiram que se alcançasse". O líder parlamentar do PCP reitetou que a abstenção foi tomada com "total liberdade",mas advertiu que o seu partido nunca será "o primeiro violino de uma orquestra dirigida por sociais-democratas". "Não falta quem queira limitar e condicionar a liberdade e independência do PCP, uns procurando que o partido lhes sirva de instrumento na estratégia para retomar ainda com mais força a política de exploração e empobrecimento interrompida em 2015; outros procurando condicionar o PCP na denúncia das opções da política de direita que comprometem o futuro do país", declarou o presidente do Grupo Parlamentar comunista. c/Lusa

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